מורנו הרה"ג אליהו בחבוט שליט"א

Pergunta

Onde estava D-us no Holocausto?

Eu não posso acreditar que tantos judeus do povo escolhido de D-us foram mortos,

Ele simplesmente não podia deixar isso acontecer.

Resposta com uma combinação de fontes

Shalom Uvracha,

Sua pergunta é importante, e de fato já foram escritos livros inteiros sobre ela, mas devido à falta de tempo livre podemos agora apenas dar uma “pincelada” sobre o assunto (por ser um assunto tão sério, seria proibido falar sem a devida explanação, mas não seria descabida a necessidade de dar ao menos uma “introdução”, (É possível ampliar o entendimento pelos livros escritos sobre o assunto).

E antes de nos aproximarmos da explicação, deve-se entender que como a dor é grande e o sangue ainda jorra no coração, fica difícil as pessoas abordarem o assunto de forma fria e objetiva, e isso torna muito difícil para os questionadores chegarem ao fundo da questão, mas procuraremos fazer nossa parte, e o questionador tentará ter a “mente aberta” para receber conceitos que não estavam em seu mundo até agora.

A pergunta “Onde estava D-us no Holocausto” contém 4 partes: três suposições incorretas e uma pergunta correta sobre a qual os livros sagrados se estendem.

Teria sido o holocausto foi um evento que aconteceu sem conexão com D-us?

 A primeira suposição que está escondida atrás da pergunta “Onde estava D-us no Holocausto”: O Holocausto foi um evento que aconteceu sem conexão com D-us (e, portanto, surge a questão de que D-us teve que intervir e salvar os judeus).

Para contrariar esta suposição, vamos começar com a história do Êxodo que conhecemos, porque ali não estamos envolvidos em emoções, e podemos entender o assunto com mais facilidade; voltaremos posteriormente ao Holocausto:

A Torá nos diz que D’us informou nosso patriarca Abraão (Gênesis capítulo 15): “Saiba que sua descendência estará em uma terra que não é dela, e eles os servirão e os torturarão por quatrocentos anos”, significando que D’us decretou que o povo de Israel passaria por uma severa escravidão no Egito, com grandes tormentos (Isso por causa do pecado de Abraão, e segundo segredos da Cabala, também por causa do pecado de Adão, cuja alma incluia todas as almas do povo de Israel, de modo que o castigo para o povo de Israel é realmente um castigo parcelado “em prestações” para Adão). E a Torá acrescenta (no versículo seguinte): “E também o povo (opressor) o julgarei”. Ou seja, os gentios que escravizarem Israel receberão seu castigo (as dez pragas).

E aqui cabe a pergunta: se o Todo-Poderoso é quem decretou que deveria haver escravidão para o povo de Israel, por que ele puniu o faraó e os egípcios com as dez pragas?

A resposta é clara (conforme explicada pelos Rishonim), pois devido ao decreto, D-us realmente deu o desejo maligno no coração dos egípcios de escravizar o povo de Israel, mas os egípcios dispunham de livre escolha. Eles poderiam passar no teste e não escravizar o povo de Israel, e então D-us transferiria isso para o coração de outra nação, até que o decreto fosse cumprido por outros.

O mesmo ocorreu no tempo dos romanos, quando D-us decretou a destruição do Templo (por causa do pecado de odio mutuo), com os acontecimentos se desenrolando de tal forma que Nero foi enviado com seus soldados para lutar contra os judeus, mas a Gemara conta (Gitin 56:1) que quando Nero chegou perto de Jerusalém , percebeu que isso era um teste. Ele então desertou do exército e se converteu, e graças a isso, um santo Tana (sabio da Mishna) saiu de sua descendência: Rabbi Meir Baal Hanes.

Posteriormente, Tito veio, aceitou a missão, e cumpriu-a alegremente, conquistando Jerusalém e destruindo o Templo. A Gemara conta que até hoje (até a época da Gemara) Tito ainda está no Inferno (gehinom) por conta disso.

Concluindo: embora os egípcios tenham sido os que torturaram o povo de Israel, e também tenha sido Tito quem destruiu o Templo e matou milhares de judeus, tudo isso foi um decreto de D-us , significando que D-us colocou no coração do Faraó e no coração de Tito o desejo de fazer o mal ao povo de Israel, como punição pelas transgressões do povo. Isso porém, não exime o Faraó nem Tito de sua punição, porque eles poderiam passar no teste e não prejudicar ninguém.

Agora voltemos ao Holocausto. Na Sagrada Torá, em três parashiot (em Bechukotai, Ki Tavo, e Haazinu) D-us promete que se o povo de Israel não cumprir fielmente a Torá e as mitsvot, fará com que os corações dos gentios nos odeiem, e lutem contra nós, e mate a maioria do povo até que restem apenas algumas pessoas do povo de Israel, e a Torá se estende muito no assunto. Na continuação citaremos uma pequena parte das palavras, mas por enquanto traremos a conclusão das palavras contidas na parashat Ki Tavo (Deuteronômio capítulo 28), após a descrição de todos os massacres e terríveis sofrimentos descritos ali: “E ficareis com poucos homens, em lugar de serdes como as estrelas do céu, em multidão, porque você não ouviu a voz do Eterno, Seu Deus

Em outras palavras: D-us foi quem tomou a iniciativa do holocausto,  foi D-us quem colocou no coração dos alemães um tremendo ódio pelos judeus. Esse fato, contudo, não exime os alemães de sua punição, pois eles poderiam escolher o bem e evitar ser o “instrumento” nas mãos de D-us para o cumprimento do decreto.

[A questão ainda permanece: Então, por que D-us fez o Holocausto? Falaremos sobre isso mais adiante].

Será que D-us faz coisas que causam sofrimento?

 A segunda suposição na pergunta “onde estava D-us no holocausto”, de que D-us não deveria trazer desastres tão graves, pois D-us é bom (e D-us é real e infinitamente bom), como Ele poderia trazer o mal?

Essa suposição também não é nada correta de acordo com o judaísmo (as pessoas acham difícil aceitar essa resposta, porque exige um compromisso, ou seja, se acreditarem nisso, não poderão viver como bem quiserem, mas sim obedecer rigorosamente todas as leis da Torá).

Uma das treze principais crenças do judaísmo é a crença de que D’us  pune por transgressões, sem misericórdia e paz. Não por vingança ou maldade, mas por ser este é o caminho para limpar a sujeira espiritual que gruda na alma humana por causa dos erros que a pessoa cometeu. (Como exatamente ele limpa – isso é assunto para um artigo em si, e escrevi um artigo sobre isso em língua estrangeira e não tenho como estendê-lo aqui). E o Altíssimo não fica nada feliz em dar esses passos, e Ele, bendito seja, lamenta ainda mais do que nós (como é dito em Isaías 33:9: “Em todas as suas tribulações – Ele tem tristeza”, e isso também é um assunto longo para ser discutido, e aqui não é o lugar), mas tendo em vista nossas iniqüidades, esta é a unica opção, pois assim como numa cirurgia, não há como salvar o paciente a não ser cortando na própria carne.

Vou copiar aqui o que o rabino respondente neste projeto, o Rabbi David Ohayon Shlita, escreveu em resposta à pergunta “Onde estava D-us no Holocausto”:

A base da pergunta é falha e vem de um entendimento de que D-us não faz coisas que nos machucam, e essa suposição é incorreta. D-us Todo-Poderoso, que tem todos os poderes, faz tudo, e todas as suas ações são boas para nós, mas às vezes essa bondade nos machuca, às vezes essa bondade envolve a perda de judeus do povo de Israel e às vezes até traz muitos tormentos, dores e torturas , mas isso é bom para nós.

Por que isso é semelhante a um doente que, para salvar sua vida e fazer o que é bom para ele, os médicos são obrigados a amputar sua perna; é verdade que é doloroso e triste, mas é o melhor para ele , um estranho não entende por que os médicos machucam e fazem uma coisa tão terrível a uma pessoa doente e pobre, mas sabemos o que isso é melhor para ela.

O mesmo vale para o holocausto e tudo mais que machuca o povo de Israel, mesmo sendo doloroso e triste, não há dúvida de que D’us o usou para o bem de seu povo, para corrigir o que precisava ser corrigido no mundo, para o nosso bem.

Esta resposta é verdadeira para toda dor, grande ou pequena, mesmo para uma dor de dente ou uma dor de cabeça, podemos nos perguntar onde está D-us, e a resposta é que o próprio D-us Criou esta dor, e aqui está ele. Só D-us a Criou por nós e para nós, para o nosso bem e dos nossos filhos.

D-us está sempre presente, não só quando vemos milagres visíveis e bons, mas também quando vemos muitos problemas que nos parecem ruins. Porque ele faz tudo,  e aquele que só descobre D-us quando faz o que é bom para ele, não acredita realmente em D-us, mas busca o seu próprio bem.

Apesar disso, nosso pedido a Ele, bendito seja, e que nos faça o bem, não através do sofrimento e  doenças, mas de uma forma que também se apresente boa para nós, porque nós, humanos, temos dificuldade em aceitar esse hester panim (ocultamento da nossa percepção de D-us), dentro do qual somos afligidos e atormentados, e não compreendemos o desígnio divino geral. De fato, podemos orar e esperar pelo bem que também será percebido como bom para nós. Mas devemos saber que mesmo quando não percebemos o bem, e às vezes nos machuca e dói um pouco demais, isso não significa que é mau, mas sim bom, e apenas não conseguimos compreender e notar.

Então, para aquele que pergunta “Onde estava D-us no Holocausto?” , a resposta é: “Ele estava no mesmo lugar que estava no Dilúvio de Noe”, ou seja, assim como no dilúvio descrito na Torá na Parashá Noah (Noé), o Todo-Poderoso destruiu toda a humanidade (exceto Noé, sua esposa, seus três filhos e suas noras) por causa das iniqüidades materiais que existiam no mundo naquela época, também no Holocausto, houve uma operação difícil, mas D-us estava lá, e ele era o cirurgião através dos nazistas.

[E, claro, a questão permanece: Que ofensa tão grave os judeus cometeram que eles merecem uma punição tão terrível como o Holocausto? Falaremos sobre isso mais adiante].

A ocorrência do Holocausto contradiz a crença na existência de D-us?

A terceira suposição escondida na pergunta “Onde estava D-us no Holocausto?” (Ou talvez mais precisamente: a conclusão a que esta pergunta quer chegar) de que existe uma suposta contradição entre o fato de ter havido um holocausto e a existência de D-us. Não apenas essa suposição é incorreta, mas o oposto é verdadeiro!!! Se um evento como o Holocausto não acontecesse na história judaica, haveria uma contradição sobre o que consta na Torá!.

Já mencionamos acima que D-us, em sua sagrada Torá em três capítulos, prometeu que haveria um holocausto se não observássemos as mitsvot corretamente. Afinal, pequenos exemplos da Parashat Ki Tavo:

וְהָיָה אִם לֹא תִשְׁמַע בְּקוֹל ה’ אֱלֹהֶיךָ לִשְׁמֹר לַעֲשׂוֹת אֶת כָּל מִצְוֹתָיו וְחֻקֹּתָיו אֲשֶׁר אָנֹכִי מְצַוְּךָ הַיּוֹם וּבָאוּ עָלֶיךָ כָּל הַקְּלָלוֹת הָאֵלֶּה וְהִשִּׂיגוּךָ… יִתֶּנְךָ ה’ נִגָּף לִפְנֵי אֹיְבֶיךָ בְּדֶרֶךְ אֶחָד תֵּצֵא אֵלָיו וּבְשִׁבְעָה דְרָכִים תָּנוּס לְפָנָיו וְהָיִיתָ לְזַעֲוָה לְכֹל מַמְלְכוֹת הָאָרֶץ: וְהָיְתָה נִבְלָתְךָ לְמַאֲכָל לְכָל עוֹף הַשָּׁמַיִם וּלְבֶהֱמַת הָאָרֶץ וְאֵין מַחֲרִיד: … וְהָיִיתָ מְמַשֵּׁשׁ בַּצָּהֳרַיִם כַּאֲשֶׁר יְמַשֵּׁשׁ הַעִוֵּר בָּאֲפֵלָה וְלֹא תַצְלִיחַ אֶת דְּרָכֶיךָ וְהָיִיתָ אַךְ עָשׁוּק וְגָזוּל כָּל הַיָּמִים וְאֵין מוֹשִׁיעַ: … וְהָיִיתָ מְשֻׁגָּע מִמַּרְאֵה עֵינֶיךָ אֲשֶׁר תִּרְאֶה: … וְהָיִיתָ לְשַׁמָּה לְמָשָׁל וְלִשְׁנִינָה בְּכֹל הָעַמִּים אֲשֶׁר יְנַהֶגְךָ ה’ שָׁמָּה:… בָּנִים וּבָנוֹת תּוֹלִיד וְלֹא יִהְיוּ לָךְ כִּי יֵלְכוּ בַּשֶּׁבִי: … וּבָאוּ עָלֶיךָ כָּל הַקְּלָלוֹת הָאֵלֶּה וּרְדָפוּךָ וְהִשִּׂיגוּךָ עַד הִשָּׁמְדָךְ כִּי לֹא שָׁמַעְתָּ בְּקוֹל ה’ אֱלֹהֶיךָ לִשְׁמֹר מִצְוֹתָיו וְחֻקֹּתָיו אֲשֶׁר צִוָּךְ: וְהָיוּ בְךָ לְאוֹת וּלְמוֹפֵת וּבְזַרְעֲךָ עַד עוֹלָם: תַּחַת אֲשֶׁר לֹא עָבַדְתָּ אֶת ה’ אֱלֹהֶיךָ בְּשִׂמְחָה וּבְטוּב לֵבָב מֵרֹב כֹּל: וְעָבַדְתָּ אֶת אֹיְבֶיךָ אֲשֶׁר יְשַׁלְּחֶנּוּ ה’ בָּךְ בְּרָעָב וּבְצָמָא וּבְעֵירֹם וּבְחֹסֶר כֹּל וְנָתַן עֹל בַּרְזֶל עַל צַוָּארֶךָ עַד הִשְׁמִידוֹ אֹתָךְ: יִשָּׂא ה’ עָלֶיךָ גּוֹי מֵרָחֹק מִקְצֵה הָאָרֶץ כַּאֲשֶׁר יִדְאֶה הַנָּשֶׁר גּוֹי אֲשֶׁר לֹא תִשְׁמַע לְשֹׁנוֹ: גּוֹי עַז פָּנִים אֲשֶׁר לֹא יִשָּׂא פָנִים לְזָקֵן וְנַעַר לֹא יָחֹן:… אִם לֹא תִשְׁמֹר לַעֲשׂוֹת אֶת כָּל דִּבְרֵי הַתּוֹרָה הַזֹּאת הַכְּתֻבִים בַּסֵּפֶר הַזֶּה לְיִרְאָה אֶת הַשֵּׁם הַנִּכְבָּד וְהַנּוֹרָא הַזֶּה אֵת ה’ אֱלֹהֶיךָ: וְהִפְלָא ה’ אֶת מַכֹּתְךָ וְאֵת מַכּוֹת זַרְעֶךָ מַכּוֹת גְּדֹלֹת וְנֶאֱמָנוֹת …. וּבַגּוֹיִם הָהֵם לֹא תַרְגִּיעַ וְלֹא יִהְיֶה מָנוֹחַ לְכַף רַגְלֶךָ וְנָתַן ה’ לְךָ שָׁם לֵב רַגָּז וְכִלְיוֹן עֵינַיִם וְדַאֲבוֹן נָפֶשׁ: וְהָיוּ חַיֶּיךָ תְּלֻאִים לְךָ מִנֶּגֶד וּפָחַדְתָּ לַיְלָה וְיוֹמָם וְלֹא תַאֲמִין בְּחַיֶּיךָ: בַּבֹּקֶר תֹּאמַר מִי יִתֵּן עֶרֶב וּבָעֶרֶב תֹּאמַר מִי יִתֵּן בֹּקֶר מִפַּחַד לְבָבְךָ אֲשֶׁר תִּפְחָד וּמִמַּרְאֵה עֵינֶיךָ אֲשֶׁר תִּרְאֶה:….

Antes da Parashá Haazinu (que também ali a Torá estende a descrição do Holocausto), bem como no final da Parashá Vayelech, a Torá descreve: (Deuteronômio capítulo 31):

וְחָרָה אַפִּי בוֹ בַיּוֹם הַהוּא וַעֲזַבְתִּים וְהִסְתַּרְתִּי פָנַי מֵהֶם וְהָיָה לֶאֱכֹל וּמְצָאֻהוּ רָעוֹת רַבּוֹת וְצָרוֹת וְאָמַר בַּיּוֹם הַהוּא הֲלֹא עַל כִּי אֵין אֱלֹהַי בְּקִרְבִּי מְצָאוּנִי הָרָעוֹת הָאֵלֶּה: וְאָנֹכִי הַסְתֵּר אַסְתִּיר פָּנַי בַּיּוֹם הַהוּא עַל כָּל הָרָעָה אֲשֶׁר עָשָׂה כִּי פָנָה אֶל אֱלֹהִים אֲחֵרִים: וְעַתָּה כִּתְבוּ לָכֶם אֶת הַשִּׁירָה הַזֹּאת וְלַמְּדָהּ אֶת בְּנֵי יִשְׂרָאֵל שִׂימָהּ בְּפִיהֶם לְמַעַן תִּהְיֶה לִּי הַשִּׁירָה הַזֹּאת לְעֵד בִּבְנֵי יִשְׂרָאֵל

Tradução:[“Então crescerá meu furor contra ele, naquele dia; e o abandonarei, e esconderei o Meu rosto dele, e sera por presa, e o alcançarão muitos males e angústias; de sorte que dirá naquele dia: Certamente, por não estar meu D-us no meio de mim, alcançaram-me estes males. E Eu, certamente, esconderei o meu rosto naquele dia, por todo mal que fizera, por se haver voltado para outros deuses. E agora, escrevei para vós este cântico, e tu ensina-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me seja por testemunha contra os filhos de Israel”] :

E diríamos que a Torá atesta que chegará um dia em que devido a quantidade de sofrimento, eles dirão: “Onde estava D-us?” a fim de que haja um testemunho dentro de nós de que tudo estava “dentro do plano”. Não há nenhuma prova aqui de que D-us não existe. [Por falar nisso, quando procuraram o evento do Holocausto no “código da Bíblia”, encontraram justamente nesses versos que falam sobre “onde estava D-us no Holocausto”].

Nossos Sábios disseram há dois mil anos (Midrash Shmuel): “Em três partes foram divididas as aflições (isto é, a quantidade de sofrimento que viria sobre o povo de Israel com o propósito de corrigir pecados, começa com três partes):

  1. a primeira para as gerações e os patriarcas ​​(isto é, uma parte das aflições é absorvida pelo povo de Israel durante todas as gerações, juntamente com os problemas que nossos patriarcas Avraham, Yitzchak e Yaakov enfrentaram);
  2. a segunda para a geração de “exterminio” (isto é, há uma geração que recebe uma grande quantidade de sofrimento como tudo que o povo de Israel recebeu por todas as gerações);
  3. e a terceira e última para o Messias (porque antes mesmo da alma do Messias descer a este mundo, ela existe no céu desde os seis dias de Gênesis, e sua alma sofre grande tristeza para expiar pelas transgressões do povo de Israel).

A verdade é que o próprio fato de em todas as gerações muitas pessoas se levantarem contra nós para nos aniquilar, e mesmo assim a nação de Israel viver e existir (comparada a todas as outras nações que já desapareceram do mundo, como a Babilônia , Pérsia, Grécia e Roma, as quais formaram grandes impérios e causaram sofrimento ao povo de Israel, e hoje não restou nada delas), é a própria prova da existência de D-us. Passamos por um holocausto com a destruição de seis milhões de judeus, e o que aconteceu desde então? O povo de Israel ressuscitou, grande parte deles voltou para a Terra de Israel, e eles construíram grandes cidades, sinagogas e kollelim, etc. E tudo isso é totalmente contra a lógica, porque quem não vê a D-us é porque prefere permitir a si certos hábitos de vida.

E agora a pergunta certa: Por que D-us fez o Holocausto? Por que merecíamos uma punição tão severa?

Muitos Gdolei Israel se ocuparam de encontrar respostas para esta questão, e livros inteiros foram escritos sobre isso. Um dos rabinos que se encarregou desta iniciativa sagrada, o rabino Yosef Chai Siman Tov Shalita, já enumerou a lista de razões dadas sobre por que D-us fez o Holocausto e, devido à falta de tempo, tomamos por base o que esta escrito lá. Mas como é impossível ficar sem escrever nada, vamos oferecer aqui a principal causa, explanada no livro Michtav MiEliyahu bem como outros livros.

O Rav HaGaon Elhanan Vassarman ZT”L escreveu antes mesmo do Holocausto (ele escreveu que haveria um holocausto pelo seguinte motivo): Por gerações, o povo de Israel cumpriu a Torá e as mitsvot fielmente, guardou o Shabat e a pureza da família e todas as leis de forma rigorosa. Contudo, nos últimos 200 anos, a chamada “haskala” (“Iluminismo Judaico”) começou a se difundir entre os judeus na Europa, e desde então lentamente começaram a abandonar a observância da Torá e mitsvot, deteriorando-se cada vez mais, até chegarem à uma assimilação (casamentos mistos entre judeus e não-judeus) na ordem de 90%.

O Todo-Poderoso é um rei misericordioso e paciente, que esperou 200 anos para que eles se arrependessem, até que as iniquidades aumentaram tanto, que não restou outra opção a não ser trazer o maldito Holocausto, porque se os judeus não se lembrarem de que são judeus, o Todo-Poderoso incitará os gentios a nos distanciarem deles. E os fatos falam por si: antes do Holocausto, a observância da Torá e mitsvot estava no fundo do poço aos olhos de toda a nação: quase não havia Yeshivot e estudantes de Torá na Europa (apenas algumas centenas estudando em toda a Europa), e de acordo com os dados estatisticos, se não houvesse o Holocausto, não haveria hoje judeus que não fossem assimilados. Apos o Holocausto, o povo de Israel ressuscitou, abriram-se yeshivot, abriram-se Talmude Torá, havendo literalmente milhares de estudantes de Torá. Mesmo entre aqueles que não cumprem Torá e mitsvot, muitos vieram morar na Terra de Israel, de forma que o indice de casamento misto diminuiu para um baixissimo percentual  (em Eretz Israel).

Vou contar uma história pessoal: quando eu tinha uns 8 anos (ainda morava no exterior) e viemos visitar a Terra de Israel, fomos levados ao “Yad Vashem”, e entre outras coisas apresentaram-nos uma explicação (segundo a visão de historiadores que não cumpriam Torá e mitsvot) detalhando a situação dos judeus antes do Holocausto, e lamentando posteriormente sua ocorrência, pois os judeus haviam “evoluído socialmente” tanto (por assim dizer), que se assimilaram entre os gentios e aprenderam de suas ações. Justamente quando atingiram o pico onde eram quase “uma so nação” em conjunto com os alemães, veio o Holocausto e interrompeu todo esse “maravilhoso” processo … Ja então, eu disse a mim mesmo, se alguém tivesse uma “pergunta” por que houve um holocausto, a resposta era simples e clara.

É impossível não citar aqui também a resposta (que complementa a anterior) dita por nosso Rabino Ovadia Yosef ZT”L em seu shiur regular de Motsaei Shabat, que é a razão descrita pelo Gaon Rabino Aharon Rata ZT”L, Ba’al HaShomer Emunim. Segundo ele, durante os anos da galut, houve judeus que cometeram ofensas graves, como assassinato, relações proibidas, e outras; D-us então, em sua grande misericórdia e graça, reuniu todas aquelas almas  numa unica geração (a geração do Holocausto), e puniu todos juntos ao morrerem santificando o Nome de D-us (porque um judeu que é morto apenas pelo fato de ser judeu, é chamado santo [Kiddush Hashem], conforme proferido pelo Rambam), e assim suas almas foram purificadas e limpas, tornando-se santas e puras. (Tudo isso completa a resposta anterior, sobre o por quê D-us escolheu a geração do Holocausto – porque naquela época já haviam cruzado todas as linhas vermelhas de assimilação, e essa é a maneira de D-us reunir vários fatores; e para toda manifestação de D-us há muitas, muitas razões).

Na época, a mídia fez muito barulho sobre as palavras de Maran, pois achavam que prejudicaria as vítimas do holocausto dizendo que haviam cometido crimes em encarnações anteriores. Tudo isso acontece porque a mídia acha que não há Justiça Divina, enquanto nós, judeus crentes, acreditamos e sabemos que D-us não traz castigo ao homem, caso o homem não mereça. Maran, afinal de contas, defendeu a honra dos judeus que pereceram, dizendo que realmente talvez não merecessem tamanho castigo naquela geração, e o que aconteceu nada mais é do que expiação por transgressões de encarnações predecessoras. (E a mídia, em sua ignorância, também pensou que isso dava legitimidade aos alemães, e já explicamos acima que não há conexão entre as coisas, assim como não há legitimidade para Faraó e Tito. E é bizarro a mídia se permitir atacar o gaon dos gueonim da Torá, sem que entenderem absolutamente nada de Judaísmo, pois afinal, o que escrevemos aqui sobre o Faraó e Tito são conceitos simples e conhecidos por toda criança que estuda Torá; se eles conhecessem esses conceitos, não estariam criticando, e não pareceriam uma pessoa que não entende nada de medicina criticando um grande professor de medicina em questões puramente tecnicas das quais não possui nenhum conhecimento). Após o ataque da mídia, surgiram algumas pessoas que não observavam a Torá e as mitsvot, e realizaram uma “sessão espirita” (uma forma de chamar as almas que já faleceram do mundo, fazendo-lhes perguntas e recebendo respostas – algo que é proibido pela Torá, mas que realmente possibilita falar com o falecido),  perguntando aos mortos e recebendo como resposta que as palavras do rabino Ovadia Yossef ZT”L eram verdadeiras e corretas, ou seja, que a geração do Holocausto era um grupo de almas de todas as gerações que deviam grandes punições pelas ofensas mais graves, e atraves do holocausto, receberam um conserto espiritual (tikun) muito poderoso, tornando-se assim santos e puros, pela graça de D-us.

E que seja a vontade de D-us de que os sofrimentos não surjam duas vezes, e seremos abençoados com a vinda de um redentor da justiça com graça e misericórdia sem sofrimento.

 

 

 

 

 

a terra do questionador: ברזיל

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