Confiança nos Filhos…e Confiança nos Pais

Suas palavras estão muito corretas em relação à confiança que depositamos na criança. Quanto maior for o valor do “cheque” que depositarmos na criança, maior será a cobertura e o retorno que dará, sem nenhuma dúvida. Além disso, não devemos rotular uma criança como “má” ou algo parecido.

Por outro lado, de forma alguma você pode prejulgar a mãe no parquinho, nem os seus pais.

Assim como você tem certeza de que não existe uma criança má, tambem deve acreditar que não existe uma mãe perversa; talvez o que possa existir e uma mãe errada no seu comportamento, mas tudo bem, D-us não concedeu filhos para os anjos celestiais, mas sim para humanos imperfeitos. E claro que o que ela fez foi errado, mas tais erros não desqualificam os pais no papel que D-us lhes incumbiu como educadores.

Assim como a confiança nos filhos é muito, muito importante, a confiança nos pais que fazem o melhor por eles deve ser ainda maior.

Parece-me que se confiarmos plenamente nos pais (sem sentimentos de culpa) veremos melhores resultados na prática.

Porque o que acontece na prática e que a criatura se rebela contra seu criador e fica um clima de que tudo é permitido, pois os pais na verdade não sabem como educar, e com esta formação recebida, como o jovem não cometera falhas? Em algum momento deixamos a criança sem limites, aceitando seu mau comportamento até que os pais decidam mudar a forma de pensar.

E não me interpretem mal, sou a favor de que os pais reflitam onde precisam melhorar, mas de forma bem objetiva. Não a partir de um sentimento de culpa ou como resultado do comportamento da criança, mas a partir da minha conduta perante o Criador do Universo. As crianças não devem ser a prova se eu me comportei corretamente ou não. (Posso trazer-lhe uma lista de grandes pessoas que foram maravilhosamente educadas, cujos filhos realmente não seguiram o bom exemplo dos pais).

Portanto, muito embora suas palavras sejam sinceras e corretas, há um forte sentimento de culpa jorrando sobre os pais, e isso, a meu ver, é o problema de nossa geração.

O  Rabino Volbe ZT”L já dizia que a apostasia da última geração (antes da vinda do Messias) será a negação da existência do livre arbitrio, e é isso que fazemos sem perceber, ao pensar que toda escolha dos filhos é resultado direto (e exclusivo) das ações dos pais…