
As leis da véspera de Pessach que cai no Shabat (2025)
Este ano (2025) quatorze de Nissan (véspera de Pessach) cai no sábado, verifica-se o chametz à luz da vela na
De uma forma geral, a porcentagens que deve ser doada para caridade (e dentro disso se divide para todas as causas), é de pelo menos dez por cento (10%) da renda. Isto é chamado de “maasser kessafím” [1]. E é uma mitsvá maior contribuir com vinte por cento (20%) da renda [2], o que é chamada de “chomesh”.
[Nota-se que escreve Maran Rabino Ovadia Yosef Z.T.L., que o que consta no Talmud [3] que aquele que dá “maser” de frutas é uma segulá para a riqueza, e que é até permitido “testar” o Criador nisso, tudo isso é correto também quanto a “maasser kesafím” e mesmo nos nosso dias [4]].
Não se deve doar mais do que vinte por cento das rendas [5]. Com exceção de um homem rico, a quem é permitido contribuir mesmo com mais do que o seu “chomesh”, segundo o quanto puder. Porém, para a causa de “Hachzakat Torá” (ou seja, para sustentar aqueles que estudam a Torá o dia todo e, consequentemente, eles não podem ganhar a vida sozinhos), mesmo um doador que não é rico, pode sempre contribuir mesmo com mais de vinte por cento de suas rendas[7]. A razão é porque é garantido para aqueles que apoiam as pessoas que aprendem a Torá, que terão uma benção em seus negócios [8], e vide comentário[9] .
Já que obviamente os doadores não tem dinheiro suficiente para cobrir todas as boas causas que existem, há na lei judaica regras de prioridade para a caridade, ou seja, para quem é melhor doar, e quem tem segunda e terceira prioridades e assim por diante. A seguir consta a ordem de prioridade de acordo com a Halachá:
Causa número 1 (prioridade máxima):
O topo da escala de prioridade é o apoio a Talmide Chachamim (sustentar os estudiosos de Torá), causa esta que precede todas as outras causas, pois eles são o tipo de pobres mais importantes, e não tem caridade maior do que essa [11]. Principalmente, no que desrespeito a quantia de “maasser”, a principal incumbência é sustentar os estudiosos da Torá [12].
E dentro desta definição: Para os sefaradím, sustentar estudiosos de Torá na Terra de Israel é prioritário ao sustento de estudiosos de Torá na cidade de residência do doador [13], mas lógico que é correto se esforçar por ambas as causas. E sustentar estudiosos de Torá no local de residência do doador precede a sustentar estudiosos de Torá em outro lugar [14].
Quanto mais o estudioso de Torá é sábio e erudito, mais ele tem prioridade de ser sustentado, tendo assim prioridade sobre outros estudiosos que são menos sábios [15]. (E por esta razão, em geral, o apoio aos avrechím do Colel Bircat Avraham, é uma das causas mais preferíveis [16]).
Sustentar “Avrechím” (estudiosos de Torá que já são casados) é uma mitsvá maior do que sustentar “Bachuerê Yeshivot” (estudiosos de Torá jovens, que ainda são solteiros), e sustentar “Bachuerê Yeshivot” é uma mitsvá maior do que sustentar o estudo da Torá de crianças [17]. Mas obviamente, todas as três etapas são indispensáveis.
Observação haláchica: É permitido fazer um acordo “Issachar e Zevulun” com dinheiro de maaser [18].
Causa número 2 (prioridade média):
A segunda causa na escala de prioridade, é dar caridade aos pobres mesmo que não sejam estudiosos da Torá. E dentro desta definição: um pobre que precisa de comida, precede o pobre que precisa de roupas [19]. Uma mulher pobre, tem prioridade a um homem pobre [20]. Um pobre Cohen precede um pobre Levi; um Levi precede a um pobre Israel [21]. Os pobres da família do doador em questão, tem preferência a outros pobres; e os pobres de sua cidade de residência precedem a outros pobres [22].
Há autoridades importantes que escrevem que doar para a construção da sinagoga é preferível ao sustento de pessoas pobres que não são estudiosos da Torá e não estão doentes [23].
Grupo de causas número 3 (menor prioridade):
O terceiro tipo de causas na escala de prioridade, é contribuir com propósitos de “mitsvot” [24], o que inclui por exemplo: Manutenção da sinagoga; Kiruv (aproximar outros judeus à religião); edição de livros de judaísmo; doação de livros de judaísmo para lugares que eles estudarão; e assim por diante. Obviamente todas estas causas citadas são importantíssimas, mas mesmo assim tem menos prioridade do que as anteriores, e quanto mais em relação a doação do dinheiro de “Maasser”.
E doar para uma noiva pobre, embora seja uma “necessidade de mitsvá”, porém é considerada uma caridade muito grande[25], especialmente se a noiva for órfã[26] .
Mesmo que, como citado, existe uma ordem de prioridade sobre as causas de caridade, sendo então que, teoricamente, enquanto que a prioridade máxima ainda precisa de verbas, não seria possível doar para a segunda causa da escala, e o mesmo em relação à terceira… escrevem as autoridades haláchicas que esta escala é obrigatória somente em relação à maioria (ou pelo menos metade) das verbas de maasser, mas é permitido doar uma minoria das rendas sem levar em consideração a ordem das prioridades. Ou seja, pode-se optar por distribuir uma pequena parte do maasser para as causas menos prioritárias, e há nisto até uma certa vantagem, pois assim o doador tem vários tipos diferentes de méritos [27]. Porém, a maior parte da soma (ou pelo menos metade) deve ser doada para o sustento estudantes da torá [28], que como citado é a prioridade máxima.
E pela obrigação moral da “gratidão” é correto que pelo menor uma pequena parte dos fundos de caridade que a pessoa doa, que sejam direcionados para a sinagoga onde a pessoa reza[29], como por exemplo para manutenção, eletricidade, água e etc.
Também é muito correto direcionar algumas de suas contribuições para causas de “kiruv”, pois de acordo com nossa sagrada torá todo judeu tem a responsabilidade pessoal de cuidar e se esforçar pela situação espiritual de todo o povo judeu no mundo [30], e portanto quem não tem a possibilidade de fazer kiruv com seu próprio corpo, que pelo menos seja sócio desta atividade através de seu dinheiro [31] (mesmo que não há uma “obrigação” haláchica de doar dinheiro para esta causa [32]).
[Deve-se notar o que afirmam nossos sábios, que quem sustenta estudiosos de Torá, com isto também está fazendo “kiruv”, porque as atividades das organizações de kiruv são apenas a forma material de como aproximar os judeus afastados, mas por trás disto, no plano espiritual, o estudo de Torá dos eruditos é que traz ao Mundo a força espiritual de pureza que entra (inconscientemente) nos corações dos judeus distantes, e é esta força espiritual que causa que os judeus distantes, depois de serem expostos ao material das organizações de kiruv, se despertem para mudar seu caminho de vida [33]. Mas como citato, é correto também ser parceiro na parte “física” da atividade de kiruv].
Outro ponto a ser levado em conta na distribuição das verbas de caridade, é que é correto que cada pessoa, pelo menos uma vez na vida, doe uma quantia considerável para uma “mitsvá que permanece por gerações”[34], o seja a construção de Sinagogas e Salas de estudo de Torá [35], e/ou publicar livros de judaísmo [36].
Pelo menos dez por cento da renda deve ser destinada a causas de caridade (e é altamente recomendado que dê vinte por cento, o que traz muita benção para o doador). E dessa quantia, deve-se dar pelo menos cinquenta e um por cento (desses dez/vinte por cento) para sustentar estudiosos de Torá (e principalmente para eruditos na Terra de Israel), e da quantia restante pode-se distribuir para as demais causas de caridade (como as mencionadas acima). Ainda dentro desta quantia restante, uma pequena porcentagem é aconselhado doar para os gastos da sinagoga que o doador frequenta (mas não é necessário ser uma quantia grande), e uma certa porcentagem doar para “kiruv” (já neste caso é apropriado ser uma quantia significativa). E pelo menos uma vez na vida deve-se doar uma quantia considerável para a construção de uma sinagoga ou um Bet Hamidrash, ou para editar livros de judaísmo.
OBSERVE*
Atenção: Nao se deve aprender de um caso para o outro, cada caso deve ser analizado individualmente. De forma geral, é melhor sempre ter contato com um Rabino pessoalmente, e não ter só contato virtual. Nota-se que onde há um Rabino local ("Mara Deatra"), deve-se perguntar para ele. As respostas são de responsabilidade do rabino as que respondeu, e nao de responsabilidade do site e/ou do Rab. Bahbout.
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