Guia prático das leis básicas do luto judaico

(Leis do luto – do livro Hazon Ovadia)

O momento da saída da alma

  • É uma mitsvá ficar ao lado da pessoa quando sua alma deixa seu corpo(momento do falecimento).
  • É bom que os filhos fiquem com o pai ou a mãe quando a alma parte.
  • É bom ter cuidado para que uma mulher que não tenha imergido no Mikveh após o  periodo de Niddah não entre na sala na hora da morte (ptira).

O Vidduy (“Confissão”)

  • O doente deve recitar o Vidduy. Aqui está o texto para dizer:“אנא ה’ אלקינו ואלקי אבותינו תבוא לפניך תפילתנו וכו”’, אשמנו, בגדנו” וכו’’”.Se ele deseja recitar o grande Vidduy de Yom Kippur, isso é permitido. Se a pessoa não sabe dizer Vidduy ou se tem dificuldade em falar, o principal é dizer o seguinte texto: “מודה אני לפניך ה’ אלקי ואלקי אבותי שרפואתי ומתתי בידך, יהי רצון מלפניך שתרפאני רפואה שלמה, ואם אמות תהא מתתי כפרה על כל חטאים ועוונות ופשעים שחטאתי ושעוויתי ושפשעתי לפניך, ותן חלקי בגן עדן, וזכני לעולם הבא הצפון לצדיקים”.

 

  • Se o paciente não conseguir dizer o Vidduy oralmente, ele deverá fazer o Vidduy em seus pensamentos, refletindo o texto em sua cabeça. Se ele não estiver consciente, seu filho ou o Rav ficará ao seu lado e dirá: “מודים אנחנו…”
  • Se houver dez pessoas na sala, elas dirão: “אל מלך יושב על כסא רחמים” e os 13 atributos da misericórdia.
  • Quando a saída da alma se aproximar, as pessoas presentes dirão: “שמע ישראל”, “ברוך שם וכו’”, as 3 passagens do Shemá’, “ה’ הוא האלוקים” (7 vezes), “ה’ מלך ה ‘ מלך ה’ ימלוך לעולם ועד” (uma vez). Se ainda houver tempo, é bom recitar os 13 artigos da Emuná. Então eles dirão: “אנא בכח” וכו’”, “עלינו לשבח”, “על כן נקווה לך”, “שיר למעלות אשא עיני” e “יושב בסתר עליון”.Quando virmos os últimos suspiros do moribundo, diremos: “והיה ה’ למלך על כל הארץ וכו’”, “ובתורתך כתוב לאמר שמע ישראל וכו ‘”. Se a pessoa voltar a respirar iniciaremos todo o ciclo novamente e durante suas últimas respirações diremos: “והיה ה’ למלך” וכו’.

Toque na pessoa que está morrendo

  • É absolutamente proibido tocar numa pessoa que está morrendo quando sua alma está partindo.
  • Deve-se ter cuidado para garantir que nenhum membro do paciente saia da cama. Se um dos seus membros estiver fora da cama, se a pessoa estiver morrendo, não teremos o direito de colocar o membro novamente na cama. É aconselhável colocar cadeiras ao redor da cama, para que os braços e os pés não saiam da cama.
  • Você deve evitar gritar ou chorar perto da pessoa que está morrendo. É por isso que os familiares que não conseguem parar de gritar, bem como as mulheres e crianças que choram e gritam, devem ser retirados da sala.

Abrindo a janela

  • É costume abrir a janela da sala quando a alma sai.

Colocar a pessoa morta no chão

  • O costume difundido em Jerusalém é não colocar os mortos no chão até que tenha passado meia hora desde a morte. O falecido será coberto com um lençol, da cabeça aos pés. Fora isso, não tocaremos nele.

As velas

  • É uma mitsvá acender velas perto da cabeça do falecido.

Beijar o falecido

  • Sob nenhuma circunstância você deve beijar os mortos, mesmo que seja seu filho ou filha quem esteja morto. Aqueles que beijam o seu filho ou filha morta colocam em perigo outras crianças vivas. Alguns permitem que os filhos beijem os pais após a morte, mas outros proíbem.

Fechar os olhos

  • O costume é fechar os olhos do falecido. O filho mais velho tem prioridade para fazer isso. Se não houver filhos, é uma mitsvá que as pessoas presentes fechem os olhos do falecido. Não fechamos os olhos do falecido no Shabat e não o movemos. Por outro lado, é permitido retirar as almofadas e cobertores para que não se danifique.

O acompanhante

  • Não deixamos o falecido sozinho num quarto até a Lévaya (enterro), mesmo que o quarto esteja fechado. Será necessário acompanhar os mortos mesmo durante o dia e até no Shabat. O costume é que quem cuida do falecido leia Tehilim pela elevação da alma do morto.

Água descoberta

  • Se o falecido faleceu enquanto estava em casa, a água que não estava coberta no momento da morte deve ser despejada. É perigoso beber esta água. Todos os vizinhos que moram no mesmo andar deverão fazer o mesmo. Porém, vizinhos que moram em outros andares, acima ou abaixo, não precisarão se preocupar com isso. Essas leis também são aplicadas a um hospital.

 

  • A água que estava em garrafas fechadas não precisa ser despejada.

 

  • Outras bebidas, como bebidas açucaradas, por exemplo, não precisam ser despejadas, mesmo que estejam em garrafas abertas.

Leis que se aplicam a partir do momento da morte:

  • As leis de Onen e do luto devem ser aplicadas a 7 membros da família: pai, mãe, irmão, irmã, filho, filha, esposa – marido. Sobre outros membros da família, como tios, avós e outros, as leis de Onen e do luto não se aplicam.

 

  • Após a morte, os familiares do falecido são considerados “Onen” até o sepultamento.

Onen e o cumprimento das Mitsvot

  • O Onen está isento de cumprir todas as mitsvot, desde que o falecido ainda não tenha sido enterrado. Portanto, ele não deverá colocar Tefilin, nem Tallit, nem recitar a leitura do Shemá, nem rezar as 3 orações diárias; não poderá ser contado para Miniyan, nem fazer as bênçãos antes e depois de comer, recitar a Bracha de “Asher Yatsar” após ir ao banheiro. E mesmo que queira ir além da sua obrigação e cumprir estas mitsvot, não lhe é permitido fazê-lo.

 

  • Embora esteja isento de todas as mitsvot, ele permanece obrigado a não transgredir as proibições Toráicas e Rabínicas.

 

  • O Onen pode comer e beber antes do enterro, mesmo que esses alimentos e bebidas pertençam a ele. No entanto, o costume é abster-se de consumir uma refeição fixa antes do enterro. Ele não está autorizado a comer carne ou beber vinho.

 

  • Imediatamente após o enterro, as leis de Onen cessam e as leis do luto entram em vigor.

 

 

Proibições para o Onen

 

  • As leis de proibições válidas para os enlutados também são válidas para o Onen. Ele não poderá: lavar o corpo inteiro com água quente ou fria, ungir-se, ter relações conjugais, cumprimentar, trabalhar, cortar o cabelo ou fazer a barba, trocar de roupa e usar roupas limpas e ele vai ter que se abster de alegrias.

 

  • O Onen poderá calçar sapatos, mesmo que sejam de couro, deverá retirá-los após o funeral, quando chegar em casa.

 

  • As leis de Onen não se aplicam no Shabat e Yom Tov. É por isso que se o falecido morreu no Shabat ou antes do Shabat e não houve tempo para enterrá-lo, será permitido comer carne e beber vinho no Shabat. O Onen será obrigado a cumprir todas as Mitsvot. Ele fará Kidush, rezará na sinagoga. Ele ainda será proibido de estudar a Torá e de ter relações conjugais.

 

  • As leis de Kri’a (rasgar a roupa em sinal de luto)

 

Temos o costume de fazer Kri’a (rasgar a roupa) na morte de 7 entes queridos, durante a levaya (funeral).

Antes de rasgar a vestimenta, faremos a seguinte bênção (evocando o nome de Hashem):

“ברוך אתה ה’ אלוקינו מלך העולם דיין האמת”.

 

  • A obrigação é rasgar a roupa até o tamanho de um tefa’h (10 centímetros). Quando uma pessoa realiza Kri’a após a morte de seu pai ou mãe, a Kri’a deve ser realizada na altura do peito, no lado esquerdo, ao longo do comprimento da vestimenta, onde está localizado o coração. Após a morte de outros parentes, realizaremos Kri’a no lado direito. Se fizermos o outro lado, cumprimos a obrigação.

 

  • As mulheres também devem rasgar as suas roupas (Kri’a) como os homens. Elas também devem rasgar um tefa’h (10 centímetros). A Kri’a deve ser feita por uma mulher e não na frente de homens. Se a mulher usar várias roupas, caso a Kri’a seja por ocasião da morte dos pais, ela terá que rasgar todas as roupas. Para estar vestida com recato (Tsni’ut), ela deve fechar o rasgo com um alfinete de segurança. Na morte de outros entes queridos, bastará rasgar a camisa mais externa.
  • Mesmo as crianças pequenas precisam realizar Kri’a (meninos e meninas) quando perderem um ente querido, ainda que tenham menos de 6 anos de idade.
  • Se o enlutado estiver vestido com roupas bonitas e não quiser rasgá-las enquanto faz Kri’a, ele poderá trocá-las, colocando roupas mais simples, mesmo quando se trate da morte de seus pais.
  • Apenas a camisa externa deverá ser rasgada.
  • Não é necessário rasgar o casaco e a jaqueta mesmo quando o pai ou a mãe morre. Da mesma forma, não temos o hábito de rasgar a malha por baixo da camisa, nem o Tallit-katan. Também não precisamos rasgar a roupa de dormir (pijama).
  • Não temos o hábito de rasgar suéteres e cardigãs.
  • Quem trocar de camisa nos dias de luto, se estiver de luto pela morte de seu pai ou de sua mãe, deverá rasgar todas as roupas que vestir nesses dias de luto, como no primeiro dia, sem fazer Bracha. Em relação a morte de outro ente querido, ele não precisa repetir a Kri’a nas roupas que troca durante os dias de luto.
  • Após o término da Shiv’a (os sete dias de luto), não se deve vestir as roupas com as quais executou a Kri’a. Porém, as outras roupas que  foram vestidas durante estes dias, sem fazer Kri’a, podem ser usadas.

 

Leis a serem aplicadas após o enterro

 

  • Logo após o enterro, o enlutado deve saber que todas as obrigações das Mitsvot e as leis do luto se aplicam a ele.
  • Se o enlutado não tiver feito uma das três orações diárias e o tempo de Tefila (oração) ainda não tiver passado, ele deverá fazer esta oração.
  • Se no momento do enterro do falecido já tiver  passado 4 horas do dia (o tempo máximo para rezar Sha’harit – a oração da manhã) e o enlutado não tiver rezado, ele não poderá mais rezar ‘Amida de Sha’ Harit. Da mesma forma, ele não lerá o Shemá com as bênçãos que o acompanham, mas lerá o Shemá sem as Brachot (ele não dirá “Yotser ou”, “Ahavat olam” e “Emet véyatsiv”).
  • As seguintes Brachot podem ser recitadas até o pôr do sol: “Birkot HaShachar”, “Elokay neshama” e as bênçãos da Torá. É por isso que se o falecido foi enterrado antes do pôr do sol e os enlutados ainda não recitaram estas Brachot, eles devem fazê-los antes do pôr do sol.
  • Quem tem um parente que morre antes de chegar o tempo de uma determinada Tefila (oração) e o falecido só foi enterrado depois de passar o tempo dessa Tefila, não compensará esta oração oferecendo duas Amidot na próxima Tefila.
  • Porém, se quando o morto faleceu, o tempo de Tefila já havia chegado e esta Tefila não foi feita, e uma vez enterrado o falecido o tempo para Tefila já transcorreu, ele deverá fazer duas Amidot na próxima oração. A segunda Amida será a Amida de compensação.

 

 

Colocar o Tefilin no dia do enterro:

 

  • Os enlutados estão isentos de colocar Tefilin (Rashi e Rabbenu Tam) no dia do enterro. É por isso que mesmo que ele não tenha colocado o Tefilin pela manhã, pois estava na condição de Onen, uma vez concluído o enterro, e o sol não se pôs, ele não deve colocar Tefilin. Mesmo que queira ir além de sua obrigação, não está autorizado a usá-los. Porém, durante os demais dias de luto, ele deve colocar Tefilin com Bracha.

 

  • Se a morte e o sepultamento não ocorrerem no mesmo dia, ele colocará o Tefilin sem Bracha.

 

  • Se o falecido faleceu durante o dia e for sepultado à noite, no dia seguinte o enlutado não poderá colocar Tefilin.

 

  • Durante os demais dias de luto, os enlutados colocarão Tefilin como de costume e aqueles que costumam colocar o Tefilin de Rabeinu Tam também os colocarão.

 

 

Seudat Avra’a

 

  • Seudat Avra’a é a primeira refeição que o enlutado faz após o funeral. Esta refeição deve ser preparada por outras pessoas e a partir de ingredientes destas mesmas pessoas. Esta refeição não deve ser preparada pelos enlutados, e nem com ingredientes próprios.

 

  • Os familiares do enlutado poderâo preparar a refeição na casa do enlutado. Mas os ingredientes não devem pertencer a ele.

 

  • Os enlutados podem  comer qualquer alimento que lhes pertença antes da Seudat Avra’a, mesmo bolos e frutas. Se tiver sede, poderá beber algo que lhe pertença.

 

  • Após o enlutado  comer a Seudat Avra’a, poderá consumir do que lhe pertence. Tambem poderá fazer uma segunda refeição ainda no dia do funeral.

 

  • É necessário preparar para os enlutados, nesta refeição, pão, bem como ovos descascados ou um prato de lentilhas. Depois, também poderão ser servidos outros pratos, inclusive carne, e o pedaço de pão será entregue nas mãos dos enlutados.

 

  • Se o enlutado não tiver apetite, poderá comer ovos, bolos e outros tipos de alimentos nesta refeição, não sendo obrigado a lavar as mãos, nem a comer pão.

 

  • Se o falecido foi enterrado na sexta-feira ou na véspera de um feriado, após a 9ª hora, não é costume preparar para ele uma refeição de consolação (Seudat Avra’a) em honra ao Shabat., estando autorizado a comer de sua própria provisão; mas antes disso seus parentes ou amigos devem prepar uma refeição de consolação para ele.

 

Leis e costumes de luto durante os sete dias

 

  • Durante toda a semana de luto é proibido trabalhar, lavar a roupa, cortar o cabelo ou a barba, lavar o corpo inteiro, untar o corpo com óleo, ter relações conjugais, usar sapatos de couro, sentar-se em uma cadeira, e estudar Torá, bem como cumprimentar ou regozijar-se. Todas essas regras se aplicam dia e noite. E não há diferença entre homens e mulheres. O enlutado deve permanecer sentado no chão durante todo o dia, seja na presença de outras pessoas ou sozinho, e isso inclui também a alimentação. Ele poderá sentar-se sobre um colchão ou tapete, bem como usar cadeira ou banco com altura inferior a dez centímetros. Idosos, doentes ou grávidas poderão sentar-se em cadeiras com altura inferior a trinta centímetros. O enlutado pode levantar-se ou caminhar na ausência de outras pessoas, nem está obrigado a sentar-se quando alguém vem consolá-lo.

 

  • É costume que os enlutados durmam à noite normalmente, mesmo que a altura do colchão esteja elevada vários Tefachim acima do solo.

 

  • A proibição de sentar-se em uma cadeira também se aplica na sexta-feira após o Chatzot (metade do dia), não podendo isentar-se dela até perto do Shabat. No Shabat, as pessoas normalmente sentam-se em cadeiras, sofás e quaisquer outros objetos, sendo proibido sentar-se diretamente no chão. É permitido dormir todos os dias da semana de luto na cama do falecido.

 

 

A proibição de trabalho

 

  • Os enlutados estão proibidos de trabalhar durante toda a semana de luto, seja de dia ou de noite, mesmo que se encontrem em situação financeira difícil. Também estará proibido de fazer transações comerciais, mesmo por telefone, fax e similares, e portanto o enlutado não deverá comparecer ao seu local de trabalho durante toda a semana, ainda que seja empregado de terceiros e mesmo que reduzam seu salário como resultado.

 

  • Os enlutados estão proibidos de se lavar e passar, costurar e tricotar, durante os sete dias de luto.

 

  • Qualquer coisa relacionada aos trabalhos domésticos é permitida ao enlutado durante toda a semana, como limpar a casa, lavar a louça, arrumar a cama e assim por diante.

 

  • Também é permitido que uma mulher enlutada asse e cozinhe para seus familiares.

 

  • Recomenda-se evitar dizer “olá” ou “boa noite” aos enlutados. Porém, é permitido o uso de desejos e bênçãos como “vida longa”, “esteja com boa saúde”, bem como desejar “Mazal Tov” ou “pronto restabelecimento”.

 

  • É permitido estender a mão aos enlutados e até abraçá-los e beijá-los, desde que isso seja feito para encorajar, confortar e assim mostrar solidariedade na sua dor, e não como uma simples saudação.

 

  • É permitido ao enlutado cumprimentar baixando a cabeça e até fazendo sinal de saudação com as mãos.

 

  • É permitido no Shabat desejar aos enlutados Shabat Shalom e os enlutados também podem responder.

 

 

Regras de lavagem e revestimento

 

  • Os enlutados estão proibidos de lavar todo o corpo durante os sete dias de luto, seja no chuveiro ou na banheira, sendo esta proibição aplicável tanto à água quente como à fria.

 

  • É permitido lavar o rosto, as mãos ou os pés com água fria, mas com água quente ou morna é proibido.

 

  • De manhã, ao acordar, ele lavará as mãos três vezes (intermitentemente), como de costume todos os dias (não como no dia 9 de Av e Yom Kippur), sendo também permitido lavar o rosto.

 

  • Da mesma forma, o enlutado que sai do banheiro pode lavar as mãos normalmente, inclusive com sabão.

 

  • É permitido escovar os dentes mesmo com pasta de dente a cada sete dias.

 

  • Caso ele suje as mãos ou qualquer outra parte do corpo, é permitido lavar essa parte, e se for necessário limpar a sujeira com água quente, é permitido.

 

  • Os enlutados podem usar produtos destinados a reduzir a transpiração excessiva, se necessário, mas estão proibidos de borrifar perfume para prazer pessoal no corpo e nas roupas.

 

  • É permitido limpar e remover a transpiração do corpo com pano úmido ou lenços umedecidos.

 

  • A proibição de lavar também vale às sextas-feiras, e não se deve ter uma atitude leviana em relação a esta regra, mas é permitido lavar rosto, mãos e pés com água fria.

 

  • É permitido limpar o chão com produtos de limpeza na casa do enlutado. E os próprios enlutados estão autorizados a fazê-lo.

 

Maquiagem e adornos

 

  • Uma mulher casada enlutada não deve usar maquiagem (batom, “pó”, etc.) ou usar perfume durante toda a semana de luto. No entanto, uma jovem durante o período de Shiduchim ou próximo a ele, bem como uma noiva trinta dias após seu casamento, podem usar maquiagem mesmo durante a semana de luto.

 

  • Uma mulher não deve usar joias durante os sete dias de luto. Porém, ela poderá usá-los após a primeira semana, mesmo durante os trinta dias.

 

  • Uma mulher cujo marido está enlutado pode usar maquiagem e joias normalmente.

 

  • É permitido que homens e mulheres penteiem os cabelos mesmo durante os sete dias.

 

 

Corte de cabelo, barbear e manicure

 

  • É proibido ao enlutado cortar o cabelo e raspar a barba. A proibição de barbear diz respeito a todos os pêlos do corpo e não há distinção entre homens e mulheres.

 

  • A pessoa enlutada está proibida de cortar as unhas das mãos ou dos pés com uma tesoura ou cortador de unhas, mas pode removê-las com as mãos ou os dentes.

 

 

Os sapatos

 

  • Tanto homens quanto mulheres estão proibidos de usar sapatos e chinelos de couro, mesmo que sua base seja de madeira, borracha e revestida de couro. É permitido o uso de sapatos de borracha ou tecido, mesmo que bem fechados em todos os lados, e esse é o costume.
  • Uma criança cujo pai, mãe ou um de seus parentes faleceu pode usar sapatos de couro normalmente, porque não é obrigada a seguir as regras do luto.
  • Antes do Shabat, sapatos de pano ou borracha deverão ser trocados por sapatos de Shabat, mas eles não devem ser usados ​​até meia hora antes do Shabat, ou pelo menos não antes da hora do Plag Haminבha (uma hora e um quarto antes de escurecer).

 

Relações conjugais

 

  • A pessoa enlutada está proibida de ter relações conjugais mesmo que a esposa não esteja de luto. Todos deverão dormir em camas separadas e evitar abraços e beijos.
  • É permitido ao enlutado passar um objeto da mão para a do cônjuge, comer com ele na mesma mesa sem separação, bem como arrumar as camas. A proibição das relações conjugais também se aplica no Shabat durante a semana de luto.
  • Uma mulher estando Niddah na semana de luto por um de seus entes queridos, e chega o momento da imersão no Mikveh,  não poderá imergir para se purificar, ainda que não tenha contato com o marido. Mas poderá mesmo durante a semana de luto fazer o Hefsek Tahara e contar os sete dias de pureza.
  • Uma mulher cujo marido esteja de luto pela morte de um de seus entes queridos, mas ela própria não esteja de luto, poderá imergir no Mikveh para se purificar. Porém, ainda não poderão ter relações conjugais, de beijar, abraçar e dormir na mesma cama.

 

Estudo da Torá

 

  • O enlutado está proibido de estudar Torá durante a semana de luto. Até mesmo a leitura de Mishnayot para a elevação da alma do falecido é proibida.
  • O costume é que as pessoas que vêm consolar o enlutado na casa do falecido, leiam Mishnayot para a elevação de sua alma, também sejam ditas palavras da Torá e o enlutado permaneça sentado e ouça em silêncio
  • O enlutado não poderá ler durante a semana de luto a parte do dia do Hok Leisrael, mesmo que tenha o hábito de dizê-lo todos os dias.
  • O enlutado poderá estudar as leis do luto. Além disso, ele poderá estudar os livros morais judaicos (Mussar) e as leis do arrependimento que despertam o homem para se aproximar de Hashem.
  • Há razão para permitir que os enlutados leiam Tehilim se eles disserem os versos na forma de oração e pedido a Hashem e isto especialmente se ao se absterem de fazê-lo, eles correm o risco de gastar seu tempo com leveza de espírito e palavras vãs.
  • Os enlutados não devem excluir os seus pensamentos do luto. É por isso que ele deve abster-se de ler jornais, ouvir rádio, ler livros de ciência, romances, livros de história, para que sua mente permaneça em pensamentos de luto. Não há diferença nesta Halachá entre homens e mulheres.
  • Os enlutados podem ler livros sobre a Shoah ou outros sofrimentos que o povo judeu sofreu.
  • O enlutado não mostrará a Torá nem lerá a Haftará durante a semana de luto, mesmo no Shabat.
  • Mesmo no Shabat, a proibição de estudar Torá estara em vigor, assim como os detalhes desta Halachá.
  • No Shabat, é permitido ler o Shnaym Mikra Véé’had Targoum (duas vezes o verso e uma vez a tradução de Onkelos). Mas não poderá ler Rashi.
  • Crianças menores de idade do Bar Mitzvah não devem cancelar o estudo habitual da Torá, mesmo que já tenham idade para a educação da Halachá. É por isso que teremos que mandá-los para a escola normalmente.
  • Antes de dormir, o enlutado recitará a leitura do Shemá como de costume, exceto o Vidduy.

 

 

As leis de limpeza e troca de roupas.

 

  • Os enlutados não devem, durante a semana de luto, limpar a sua roupa ou a da sua família.
  • É permitido aos familiares não enlutados lavarem as próprias roupas, mesmo que um dos pais esteja de luto. Da mesma forma, o marido poderá limpar suas roupas e as de sua família, mesmo que sua esposa esteja de luto. É permitido lavar as roupas dos enlutados ao mesmo tempo que as dos demais membros da família, colocando-as na máquina de lavar, caso só as utilizem após a semana de luto.
  • Da mesma forma que o enlutado não pode lavar roupas, ele não poderá usar roupas limpas durante toda a semana de luto, mesmo que essas roupas tenham sido lavadas antes da semana de luto e mesmo que outra pessoa tenha se vestido antes dele com essas roupas. e por pouco tempo.
  • Lençóis limpos não serão colocados nas camas dos enlutados durante a semana de luto. Se a pessoa enlutada dorme fora de casa e não consegue dormir nos lençóis em que outra pessoa dormiu, podera colocar lençóis limpos.
  • Os enlutados não poderão usar toalhas limpas para secar as mãos. No entanto, se outras pessoas as tiverem usado, elas poderão usar essas toalhas.
  • Se a camisa ou a calça do enlutado ficarem sujas e ele tiver vergonha de permanecer assim, poderá trocá-las ainda durante a semana de luto. Se ele tiver apenas roupas limpas, pedirá a outra pessoa que as vista um pouco antes de vesti-las. Se ele tiver roupas que vestiu antes do luto, não haverá necessidade de outra pessoa vesti-las antes dele.
  • Se sua roupa ficou um pouco suja e ele tem vergonha de ficar assim diante das pessoas que vêm consolá-lo, poderá limpar a mancha com um pouco de água ou com lenços umedecidos.
  • Cuecas e meias que tenham absorvido muito suor ou cheiro, poderâo ser  trocados mesmo durante a semana de luto. O mesmo vale para uma pessoa que tem coceira na pele e por isso precisa trocar de roupa íntima. O mesmo vale para todas as roupas próximas ao corpo. Isso será permitido, mesmo que as roupas que ele queira usar estejam limpas. Não haverá necessidade de pedir a outra pessoa que as vista primeiro, se isso a incomodar.
  • Quem trocar a camisa durante a semana de luto, se estiver de luto pela morte do pai ou da mãe, fará Kri’a novamente (rasgará a camisa) como da primeira vez, sem fazer a Bracha. Se ele estiver de luto por outros parentes, ele não realizará Kri’a novamente.
  • É permitido lavar roupas de crianças enlutadas. Da mesma forma, crianças menores de idade do Bar Mitzvah poderão usar roupas limpas.
  • Os enlutados devem trocar a camisa e os sapatos rasgados em honra ao Shabat, devendo vestir uma camisa de Shabat. Se suas roupas de Shabat estiverem limpas e ele não as tiver colocado antes do luto, ele pedirá a outra pessoa para vesti-las por um tempo e então poderá vesti-las.

 

 

Sair de casa

 

  • Os enlutados não deverão sair de casa durante os sete dias, seja a pé ou de carro, de dia ou de noite.
  • Mesmo durante o Shabat que cai nesta semana, ele não deve sair de casa para visitar seus parentes ou passear.
  • Caso precise sair, por exemplo, se tiver dificuldade para permanecer e dormir na casa de luto por causa da aglomeração e estreiteza, ou se não estiver acostumado com as condições do local, ele poderá retornar ao local apos.passar a noite em casa. Da mesma forma, uma mulher que passa a semana de luto na casa do falecido, e cujos filhos que estão em sua casa precisam dela, podera voltar para casa. É melhor que ela não saia sozinha.
  • É necessário organizar um minyan (um grupo de dez judeus adultos) na casa onde o falecido morreu, e ali fazer as três orações. Durante a semana, os enlutados não sairão à sinagoga, mesmo às segundas e quintas-feiras. Este é o costume em Jerusalém.
  • Uma pessoa de luto por seu pai ou sua mãe e que não consegue organizar um minyan em casa poderá ir à sinagoga para rezar com um minyan, recitar o Kadish e a Kedusha. Da mesma forma, se ele não tiver um minyan em casa para recitar Selihot durante o mês de Elul, poderá ir à sinagoga. As Selihot serão ditas normalmente, inclusive o Vidduy.
  • É permitido ao enlutado sair de casa para frequentar a sinagoga no Shabat, e em muitos lugares é comum realizar um minyan na casa dos enlutados mesmo no Shabat, e isso é recomendado.
  • Muitos têm o hábito de levar um Sefer Torá para a casa do enlutado para ler na segunda, quinta e no Shabat, mas isso só deve ser permitido se o Sefer Torá for deixado lá até o final da semana de luto, e não seja trazido de volta imediatamente após a oração. Deve ser colocado em local respeitoso, coberto com cuidado, sendo aconselhável honrá-lo trazendo-o e levando-o de volta quando acompanhado por dez homens.

 

Alegria

 

  • O enlutado deve evitar momentos de alegria, por isso o enlutado não pode, durante os sete dias de luto, segurar uma criança nos braços e divertir-se com ela. No entanto, é permitido segurar uma criança chorando para acalmá-la.
  • É proibido ao enlutado ouvir canções e melodias, até mesmo gravações e discos, e esta proibição também se aplica na véspera do Shabat.

 

Luto na véspera do Shabat e no Shabat

 

  • Mesmo que não haja luto no Shabat, certas práticas de luto são observadas mesmo no Shabat, as quais são feitas discretamente e não são notadas. Portanto, é proibido ao enlutado lavar o corpo, ter relações conjugais e estudar a Torá na véspera do Shabat e no Shabat.
  • Durante o Shabat, normalmente se senta em cadeiras, bancos, etc., e é proibido sentar-se no chão.
  • O Shabat não encerra os sete dias de luto e, após o Shabat, as práticas de luto continuam normalmente.

 

Trocar de roupa um dia antes do Shabat

 

  • Trocar de roupa é uma obrigação dos enlutados em honra ao Shabat. Ele terá que tirar as roupas rasgadas, vestir uma camisa e roupas de Shabat, e também terá que trocar os sapatos e calçar os sapatos de Shabat. Se a camisa e a calça estiverem lavadas, ele vai pedir para outra pessoa usá-las por uma hora ou meia hora e se não houver ninguém que possa usá-las ou isso o incomoda muito, ele poderá usá-las da mesma forma.
  • Se as roupas não forem lavadas e ele as tiver vestido pelo menos uma vez antes do período de luto, ele poderá usá-las neste Shabat sem que outra pessoa as use.
  • Os enlutados podem trocar de roupa íntima à medida que o Shabat se aproxima, assim como as meias. Ele poderá vestir roupas íntimas e meias limpas sem que outra pessoa as use.
  • Não será possível sentar-se em uma cadeira na véspera do Shabat, mesmo depois de Hatsot. Os enlutados só poderão trocar de roupa perto do início do Shabat, ou seja, no momento do acendimento das velas do Shabat ou em qualquer caso não antes da hora da Plag Hamincha (uma hora e um quarto antes de escurecer). Da mesma forma, uma mulher enlutada só trocará de roupa para vestir as roupas de Shabat após acender as velas.

 

Engraxar os sapatos

 

  • É permitido engraxar os sapatos em honra ao Shabat.

 

 

Lavar-se

 

  • É proibido ao enlutado lavar todo o corpo na véspera do Shabat, mesmo com água fria e morna, e mesmo perto do início do Shabat.
  • É permitido lavar rosto, mãos e pés com água fria, mas é proibido lavar com água quente.
  • Os homens que têm o hábito de imergir no micvê todas as sextas-feiras, estão proibidos de fazê-lo nos dias de luto, mesmo com água fria.

 

Sair de casa

 

  • Mesmo no Shabat, durante a semana de luto, os enlutados não estão autorizados a sair de casa para visitar entes queridos ou passear.

 

  • Estudar Torá, ler Salmos e ler a Torá (shenaym mikra vee’had targum)

 

  • É proibido ao enlutado estudar a Torá no Shabat, mas é-lhe permitido ler os Salmos, bem como estudar as obras de moral (mussar), as leis do luto e as leis do arrependimento (Teshuvá).
  • O enlutado poderá ler dois versos da Torá e um verso de tradução (shenaym mikra vé’had targum) no Shabat, mas não deve estudar Torá com o comentário de Rashi, mesmo que esteja acostumado a fazê-lo todas as semanas.

 

 

Desejar “Shabat Shalom”

 

  • É permitido, durante o Shabat, desejar ao enlutado a saudação do “Shabat Shalom”, e da mesma forma, o enlutado pode responder com a mesma bênção.

 

Refeições de Shabat

 

  • É permitido comer carne e beber vinho durante as refeições do Shabat, como de costume, e nada deve faltar em comparação com outros Shabatot do ano.
  • É permitido ao enlutado cantar canções de Shabat como de costume, dizer “Shalom Aleikhem” antes do Kidush, especialmente se houver outras pessoas com ele que não estejam enlutados.
  • Os enlutados abençoarão seus filhos como todo Shabat.

 

Bênção após a refeição do Shabat (Bircat Hamazon)

 

  • No Shabat, é costume dizer a bênção após a refeição, como de costume, e não com o texto dos enlutados, como é habitual nos dias de semana.

 

 

Consolação dos enlutados

 

  • Embora seja preferível consolar o enlutado durante a semana e não no Shabat, no entanto, aquele que não pode ir à casa do enlutado durante a semana tem podera ir lá no Shabat e nos feriados. O costume é ficar um pouco, estudando ou falando palavras da Torá, sem mencionar nenhum consolo.

 

 

O lugar da oração

 

  • O enlutado pode sair de casa durante o Shabat para ir à sinagoga para orar, mesmo durante os primeiros três dias de luto. Alguns observam o costume de realizar um Minyan na residência do enlutado, mesmo no Shabat, e é recomendado seguir esta prática. Durante o Shabat, o enlutado sentará no seu lugar habitual na sinagoga.

 

 

Hazan

 

  • O enlutado não assumirá o papel de Hazan durante uma das orações do Shabat, mesmo que esteja de luto por seu pai ou mãe.

 

 

Chorar no Shabat

 

  • É permitido chorar no Shabat se sentirmos que isso aliviará a tristeza; no entanto, isso deve ser evitado.

 

 

Leis a serem observadas no sétimo dia

 

  • No sétimo dia, após a oração matinal, os enlutados sentam-se um pouco. As pessoas vêm consolá-los, e geralmente lhes dizemos estes versículos quando se levantam:

” כאיש אשר אמו תנחמנו כן אנוכי אנחמכם ובירושלים תנוחמו”.

 

  • Depois estendemos a mão para eles e dizemos “Levantem-se”, depois diremos  “Hashkava” para o falecido.

 

  • É costume ir ao cemitério no sétimo dia para visitar o túmulo e recitar salmos perto do mesmo.

 

 

Fim do luto

 

  • Imediatamente após levantar  no sétimo dia após a oração, as leis do luto pelos sete dias terminam. Os enlutados podem lavar todo o corpo com água quente, trocar a camisa rasgada e usar roupas lavadas. Eles também podem sentar-se em uma cadeira.

 

  • Porém, é proibido raspar a barba, cortar os cabelos e cortar as unhas durante trinta dias, seja por luto do pai e da mãe ou de outros parentes.

Roupas dos enlutados e dos falecidos

 

  • É permitido o uso de roupas usadas em dias de luto, com exceção de roupas rasgadas, que costumam ser jogadas fora.

 

  • É permitido utilizar os objetos como as roupas do falecido, seja durante os sete dias de luto ou após os sete dias, com exceção dos sapatos, que muitos têm o costume de jogar fora e não usar.

 

Leis relativas a Matseva (a lápide sobre o túmulo)

 

  • É proibido construir a estela na sepultura durante os sete dias; no entanto, recomenda-se construí-la a partir do sétimo dia após o sepultamento e solicitar à ‘Chevra Kadisha’ (sociedade funerária judaica) que o faça. Se isso não puder ser feito, é apropriado construí-lo antes do final do trigésimo dia.
  • É aconselhável escrever na estela os nomes dos pais do falecido, acrescentando as letras הי”ו ao lado do nome se ainda estiverem vivos, e escrever ז”ל (que sua memória seja abençoada) caso já houverem falecido.
  • É fundamental que a inscrição na estela não se destaque em relevo.
  • O texto na estela deve estar em hebraico e não é recomendado escrever a data de acordo com o calendário secular na estela.
  • Não é recomendável exagerar nos elogios ao falecido na estela, pois isso pode prejudicar a memória do falecido.
  • É proibido gravar a foto do falecido na estela, sendo também proibido fazer representações figurativas na mesma.

Quando o sétimo dia que cai no Shabat

 

  • Quando o sétimo dia de luto coincide com o Shabat, é costume, antes da oração da manhã, antes da leitura da passagem de “Baruch Sheamar” ou da leitura da Torá, que o Hazan ou o Gabbay (responsável) pela sinagoga se aproxime dos enlutados e recite os versos normalmente lidos quando o luto é revogado.
  • Desta forma, todas as leis de luto de sete dias serão descontinuadas, incluindo práticas não visíveis externamente. É permitido subir a Torá, estudar Torá, vestir roupas limpas, bem como lavar todo o corpo apenas com água fria.
  • Se o sétimo dia de luto cair no Shabat, por exemplo, e o sepultamento ocorreu depois do Shabat ou no domingo, os enlutados deverão ir ao cemitério no domingo, sem preceder na sexta-feira.

 

 

A ascensão ao túmulo

 

  • Se o sétimo dia de luto cair em Rosh Hodesh ou durante Hanukkah ou Purim, os enlutados não devem visitar o túmulo, devendo fazê-lo mais tarde. É costume não ir ao cemitério durante os dias de Chol Hamoed. É permitido ir ao cemitério durante os meses de Nissan e Tishrei (com exceção dos dias de Chol Hamoed).

 

Oração na casa do enlutado

 

  • Durante os dias da semana de luto, os enlutados não vão à sinagoga. Mesmo às segundas e quintas é costume não sair e este é o costume em Jerusalém.
  • Portanto, é recomendado e apropriado realizar um Minyan a cada sete dias na casa de luto e recitar ali as orações da manhã, da tarde e da noite. O ideal é manter as orações na casa do falecido, pois sua alma reside ali a semana inteira e assim lhe será dada satisfação, sendo este também um ato de bondade para com o enlutado.
  • Uma pessoa que esteja de luto pelo pai ou pela mãe e que não consiga organizar um Minyan em casa poderá ir à sinagoga para rezar em comunidade, recitar o Kadish e a Kedusha. Da mesma forma, quando não tiver um Minyan em casa para recitar as orações de Selihot durante o mês de Elul, ele poderá ir à sinagoga, onde os fiéis recitarão as orações de Selihot como de costume, incluindo o Vidduy.
  • Os enlutados são considerados na contagem de dez pessoas para o Minyan.
  • O costume dos judeus sefarditas é que aquele que está de luto por seu pai, mãe ou outros parentes não ascenda à Torá como Hazan durante toda a semana de luto, a menos que não haja outras pessoas para ascender à Torá. Se ele foi chamado para subir, não desce.

 

Trazer um Sefer Torá para casa

 

  • Muitos têm o hábito de levar um Sefer Torá para a casa de luto para ler passagens da Torá às segundas, quintas ou no Shabat. Esta prática só deve ser permitida se o Sefer Torá permanecer lá até o final da semana e não for devolvido imediatamente após a oração. Além disso, recomenda-se colocá-lo em local respeitoso, cuidar de sua honra cobrindo-o, e é apropriado mostrar consideração trazendo e trazendo de volta o Sefer Torá na companhia de dez pessoas.

 

 

Cobrindo espelhos e fotos

 

  • É bom tapar todos os espelhos da casa do luto e é assim que temos o costume. Na sala onde se reza, é necessário cobrir, do ponto de vista da lei estrita, espelhos e fotos caso se reze diante deles.

 

 

Reza matinal

 

  • Os enlutados devem usar Tefilin normalmente durante os sete dias de luto, com exceção do dia da morte e do sepultamento. Aqueles que estão acostumados a usar Tefilin de Rabeinu Tam todos os dias também continuarão colocando durante os sete dias de luto.
  • O enlutado recita a bênção “She’assa Li Kol Tsorki” (Quem providenciou todas as minhas necessidades), normalmente.
  • O enlutado tem permissão para recitar toda a ordem diária de oração, os parágrafos dos sacrifícios e a Mishná de “Eizehu Mekoman”. Ele também pode recitar o Midrash de Rabi Yishmael, Psukey Dezimra e a Shira Hayam.
  • O costume é que os Kohanim façam Birkat Kohanim mesmo na casa de luto. No entanto, o próprio enlutado não fará Birkat Cohanim, mesmo no Shabat durante a semana de luto. Ele deve sair para outra sala antes de recitarem Birkat Kohanim. Se não houver outro Cohen além dele, ele poderá fazer Birkat Kohanim no Shabat.
  • Na casa do enlutado, não recitamos o Viduy nem Nefilat Apayim. Também não recitaremos o capítulo: “Lamnatzeach Mizmor LeDavid Ya’ancha Hashem” nem mencionaremos os versos de “Uva Letzion” e “Ani Zot Briti”. Começaremos com: “Vé’Ata Kadosh”, e não dizemos: “Tefilah LeDavid Hate Hashem.”
  • Depois de recitar o Shir Shel Yom (Canção do Dia) antes de dizer: “Hoshi’enu”, costumamos dizer: “Lamnatzeach Livnei Korach Mizmor” etc. [Salmo 49].
  • Em seguida, recitamos o Kadish “Yehe Shelama”, e finalizamos a oração normalmente, incluindo a recitação de Pitum ​​​​HaKetoret.
  • Depois de “Aleinu LeShabeach”, recitamos “Tziduk HaDin” em voz alta (ver no final do livro), depois seguimos para a Hashkava, e o enlutado senta-se para ser consolado.
  • Nos dias em que não dizemos Tachanun, como os dias de Rosh Chodesh, Hanukkah, etc., não diremos “Tziduk HaDin”.
  • Os enlutados não recitam Halel em Rosh Hodesh, e mesmo aqueles que oram com eles em suas casas não o recitam. Eles não são obrigados a recitá-lo após a oração para compensar. Porém, onde o costume da comunidade é recitar Halel na casa do enlutado, existem diversas opiniões sobre o assunto, sendo possível seguir a opinião que vai nesse sentido, desde que o enlutado saia da sala naquele momento.
  • Durante o Hanukkah, os enlutados também recitam “Hallel” com Bracha com a com o minyan, mesmo na casa de luto.

 

Leitura da Torá

 

Na segunda e quinta-feira, quando a Torá é lida, caso na casa do enlutado houver um Sefer Torá, ela é lida normalmente. No entanto, os enlutados não sobem para recitar bênçãos ou ler o Sefer Torá.

O enlutado não vai até a Torá durante os sete dias de luto, mesmo que seja um Cohen e não haja outro Cohen presente.

Oração durante o Shabat

 

É permitido recitar o capítulo “Bame Madlikin” na noite de sexta-feira antes da oração de Arvit. Contudo, na maioria dos lugares é costume pular este capítulo na casa do enlutado.

Os enlutados estão proibidos de recitar “Shir Hashirim” entre o Kabbalat Shabat e Arvit.

Em todas as cidades de Israel e também no exterior, recomenda-se abster-se de recitar na casa do enlutado, na noite de sexta-feira, a bênção “Me’ein Sheva” após a ‘Amida. Alguns adotaram o hábito de recitá-la com base nos ensinamentos da Cabalá. Porém, por se tratar de uma incerteza quanto às bênçãos, é mais prudente abster-se de recitá-la, exceto nos locais onde é costume fazê-lo, como na Cidade Velha de Jerusalém.

 

 

Lendo a Torá no Shabat

 

O enlutado não sobe até a Torá nem mesmo durante o Shabat de luto, mesmo que seja um Cohen. No entanto, na ausência de outro Cohen, ele tem permissão para ascender.

Da mesma forma, não é permitido subir no Shabat para a aliya do Maftir e a leitura da Haftarah.

Um enlutado, cujo sétimo dia de luto cai em um Shabat, e que foi isentado do luto após a oração matinal antes da leitura da Torá, tem permissão para subir até a Torá.

 

 

Oração do Shabat Mincha (Oração da Tarde)

 

O verso “Vaani zot briti” etc. é recitado na casa do enlutado, etc., na oração do Shabat Mincha, para não fazer as pessoas sentirem luto abertamente, mas os enlutados que oram em sussurros pulam esses versos. É costume não dizer “Tzidkatecha” na oração da tarde do Shabat.

 

Oração de Arvit após o Shabat

 

  • É apropriado recitar o verso “Vihi Noam” na casa de luto após a Amida, e o enlutado também pode recitá-lo com o Miniyan.

 

 

Tikun Chatzot

 

  • É permitido aos enlutados dizer “Tikun Hatzoth” em casa, desde que digam apenas Tikun Leah e não Tikun Rachel.

 

 

Leis consuetudinárias na casa de luto

 

  • É uma mitsvá sentar e fazer Shiv’a por sete dias, acender uma vela e rezar na casa onde o falecido morou durante sua vida, pois sua alma retorna durante toda a semana para sua casa, trazendo conforto para sua alma .

 

 

Velas

 

É costume acender uma vela durante os sete dias para a elevação da alma do falecido na casa em que morava, e se estiver em outra casa, garantir-se-á que uma vela também seja acesa na casa do falecido . Deve-se ter cuidado para que a vela esteja acesa mesmo no Shabat (deve ser acesa antes do pôr do sol), sendo recomendado acendê-la com azeite ou qualquer outro óleo. É bom dizer antes de acender a vela “Estou prestes a acender esta vela para elevação da alma do meu pai fulano de tal filho de fulano de tal” (ou de minha mãe fulano de tal filha de fulano de tal).

 

 

Limpeza de casa

 

É permitido varrer e esfregar o chão da casa do luto com produtos de limpeza, bem como enxaguar e lavar a louça, e arrumar a casa durante os sete dias de luto, e todos esses atos são permitidos mesmo para os enlutados .

 

 

Incenso

 

É permitido trazer incenso para que os consoladores façam Brachot pela elevação da alma do falecido. Também é costume fornecer alimentos e bebidas aos consoladores para que possam recitar bençãos pela elevação da alma do falecido.

 

 

Cobertura de espelhos e fotos

 

Recomenda-se cobrir todos os espelhos da casa do enlutado, e esse é o costume. Na sala onde se reza, deve-se cobrir os espelhos e os quadros do ponto de vista da lei estrita, se rezar na direção deles.

 

 

Removendo itens de casa

 

Alguns têm o hábito de tomar cuidado para não levar nenhum objeto, mesmo emprestado, da casa de luto durante todo o período de sete dias. Porém, é permitido levar alimentos, principalmente se a pessoa não tiver falecido dentro de casa.

 

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