Vegetarianismo segundo o judaísmo e a Torá

Vegetarianismo na perspectiva da Torá

Sua pergunta é importante, e como foi escrita de forma breve, eu também responderei brevemente, mas a seguir, nas fontes, ampliarei a discussão para esclarecer a questão em todos os seus aspectos e origens.

Primeiro, esclareço que, obviamente, a questão não é se vale a pena comer carne porque é algo saboroso ou, alternativamente, se deve-se evitá-la porque é algo repugnante e não saboroso, pois, evidentemente, isso é uma discussão desnecessária e, como se costuma dizer, “sobre gosto e cheiro não se discute”. Também não me referirei àqueles que, devido ao seu temperamento ou condição, têm risco de comer carne por causa da gordura que ela contém, etc., pois cada um deve conhecer sua condição e o que é saudável ou perigoso para si mesmo. E quem se opõe ao consumo de carne devido à situação atual em que os alimentos são industrializados, etc., pode encontrar esse problema em outros alimentos também, e isso não se aplica exclusivamente ao consumo de carne.

Aqui discutimos sobre comer carne ou evitá-la, devido ao aspecto moral da questão, ou seja, interromper a vida dessas criaturas para que sirvam de alimento para o homem, o que leva as pessoas a se tornarem vegetarianas e não comerem produtos de origem animal. E sobre isso responderemos que esse método não é o caminho da Torá, e, ao contrário, a Torá nos permitiu comer a carne dos animais e aves kasher (depois de prepará-la para o consumo de acordo com as regras da halachá, como shechita (abate de acordo com a halachá), salga, verificação de vermes, etc., cada tipo e sua questão), e quem se agita com uma ideologia que se opõe a isso é um herege da Torá.

Embora também na Torá encontremos certas restrições sobre o assunto, além do tema das espécies e itens permitidos para consumo (que nos foram proibidos peixes sem escamas, e animais que não ruminam e não têm casco fendido ou que não ruminam, bem como animais em geral, com exceção de sete espécies, e criaturas rastejantes e voadoras mencionadas na Torá, e assim por diante) e as condições em que o animal foi morto (por morte natural ou animal doente – trefá , ou houve problema no abate – nevelá) e as partes em que (como sangue, o sebol e o nervo ciático), e como encontramos (segundo uma das opiniões) que a geração do deserto foi proibida de comer carne por desejo e lhes foi permitido comer carne apenas na forma de oferendas de shlamim, e em nossos dias sabemos do costume de Israel de evitar comer carne nos dias da destruição (veja Shulchan Aruch Orach Chaim, seção 561, parágrafo 9, e o costume dos sefarditas de não comer em Av até o décimo dia, mas no dia do Rosh Chodesh em si comem, conforme mencionado no Chazon Ovadia, Quatro Jejuns, p. 263), e há também um nível mais elevado de cabalistas e perushim (devotos desconectados do materialismo) que não comem carne nos dias da semana, exceto no Shabat Kodesh e nas festas, mas a maioria das pessoas não segue essa prática, mas sim deve comer carne e outros alimentos saudáveis para ter força para o serviço a Hashem.

Fontes: