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Meu chefe nunca valoriza meu trabalho, por mais que eu me esforce, ele só procura algo para reclamar. É muito difícil para mim continuar nessa situação. O que pode ser feito.?
Outro ponto que tenho dificuldade é que toda vez que alguém diz algo que eu não gosto, eu fico irritado e levo as coisas para o lado pessoal. Eu quero melhorar nesse ponto.
Muito obrigado.
Olá e bem-vindo,
Tentaremos, com a ajuda de Hashem, dar alguns pontos para reflexão que podem ser um pouco úteis:
É um problema de grande importância. A sensação de valorização no trabalho é um componente central do bem-estar pessoal do empregado, especialmente em um ambiente onde a pessoa investe muitos esforços. Nossos sábios no tratado Ta’anit (folha 8) se referiram a isso dizendo: “Se você viu um discipulo cujo aprendizado é difícil para ele como ferro – é um sinal de que seu professor não ‘mostra um rosto amigável’ para ele”, ou seja, a falta de expressão de satisfação por parte do professor ou supervisor pode dificultar o progresso da pessoa.
No entanto, é importante destacar que mudar de emprego nem sempre é uma solução adequada. Primeiro, não preciso te lembrar que encontrar um novo emprego pode ser desafiador; e segundo, problemas desse tipo podem surgir também com outros gerentes, pois é um fenômeno comum.
Portanto, pode-se considerar os seguintes passos:
Estabeleça metas realistas e viáveis dentro do seu papel. Por exemplo, “no próximo mês, vou me esforçar para aumentar as vendas em X por cento” ou “vou concluir a tarefa Y dentro de um prazo definido”. Assim, você poderá experimentar uma sensação de sucesso e satisfação interna que não dependem da avaliação do gerente.
Trabalhe na mudança dos seus padrões de pensamento, para que não busque a aprovação do gerente e nem tente agradá-lo. Este é um trabalho interno importante cujo objetivo é libertá-lo dessa dependência emocional.
Vale a pena notar que, em muitos casos, as pessoas sentem falta de apreciação justamente quando tentam agradar demais a outra parte. Este é um fenômeno psicológico em que a parte que recebe a tentativa de agradar pode, inconscientemente, se afastar ou desvalorizar o doador.
Portanto, no momento em que você parar de tentar agradar o chefe, ele pode começar a valorizar seu trabalho. No entanto, deve-se evitar colocar essa esperança ou expectativa em seu coração, pois essa esperança, na verdade, decorre do desejo de agradar, então, enquanto essa esperança estiver firmemente estabelecida em seu coração, ainda será difícil ver uma mudança real.
Em geral, como uma ferramenta maravilhosa para o autocontrole sobre a raiva, o Ramban (Nachmaniades) em sua famosa carta propõe um método simples, mas profundo, para lidar com a mesmaa: acostumar-se a falar sempre em um tom baixo e calmo. Esta técnica, se for praticada diariamente, pode reduzir a intensidade da emoção negativa.
E mais especificamente no seu caso: creio que os dois problemas que você mencionou estão enraizados na mesma origem, a qual já foi sugerida acima: a sensação de ofensa e raiva em relação a coisas direcionadas a você provavelmente decorre de uma autoavaliação que depende em grande medida da opinião dos outros. Quando uma pessoa busca seu valor próprio aos olhos dos que a cercam, qualquer comentário que possa ser interpretado como negativo pode abalar sua confiança e causar uma sensação de raiva ou ferida profunda, pois tocaram na base essencial sobre a qual ela se apoia. Para tentar alcançar alívio em ambos os problemas, é aconselhável, como mencionado, esforçar-se (na medida do possível) para ser menos dependente da opinião dos outros para construir sua autoconfiança. Tente encontrar em si mesmo seus pontos fortes e buscar a satisfação em suas conquistas, em vez de procurá-la nas opiniões dos outros. Eu sei que não é fácil, e é até muito difícil para uma pessoa não levar em consideração a opinião dos outros. Como disse o grande tsadik, o Saba de Slobodka zt”l, toda pessoa precisa de um pouco de respeito, e sem a presença de respeito em absoluto – a pessoa não pode existir no sentido mais literal (como mencionado no livro Ali Shor, Parte 1, página 225), mas pelo menos é possível tentar reduzir a dependência disso, focando nos seus sucessos e conquistas reais, como mencionado acima.
Outro conselho, que pode ser muito útil para ambas as questões, e que é um pouco mais prático (embora também exija trabalho pessoal): pratique ver os pontos positivos nos outros e “elogiar” isso (não de um lugar de bajulação, Deus me livre, mas de um lugar genuíno de como você realmente se sente), e assim ganharemos, com a ajuda de Deus, algumas coisas:
E é verdade que o caminho para a mudança exige um trabalho interno contínuo, mas cada pequeno passo que você der na direção certa o aproximará de uma vida mais equilibrada e tranquila, com a ajuda de Deus.
Boa sorte!
OBSERVE*
Atenção: Nao se deve aprender de um caso para o outro, cada caso deve ser analizado individualmente. De forma geral, é melhor sempre ter contato com um Rabino pessoalmente, e não ter só contato virtual. Nota-se que onde há um Rabino local ("Mara Deatra"), deve-se perguntar para ele. As respostas são de responsabilidade do rabino as que respondeu, e nao de responsabilidade do site e/ou do Rab. Bahbout.
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Respostas de 2
Olá, eu que fiz a questão. Continuando minha pergunta, estou tendo dificuldade pra dormir um sono duradouro e controlar os meus pensamentos referente o meu trabalho, chegou em um ponto com o meu chefe no trabalho que não estou mais conseguindo lidar, estou vendo que toda vez que eu falo a minha opinião eu me sinto pior pois ele não parece concordar, faz un tempo que não estou gostando desse comportamento, estou um pouco cansado e desmotivado,as minhas emoções são muito adversas a ele, o que me parece é que não estou conseguindo me desenvolver desse jeito.
Shalom Uvrachá!
Vamos tentar alguns conselhos e reflexões:
Em primeiro lugar, pelos pontos levantados, acho que no fundo você sempre está incomodado com a pergunta: vale a pena eu ficar neste trabalho, ou é melhor procurar outro? Acho que você deve sentar com um papel e caneta, escrever prós e contras, e chegar a uma conclusão (e não esquece de levar em conta nos “contras”, que os problemas que você tem neste trabalho, podem aparecer também em outro, a não ser que encontre um trabalho sem patrão fixo, como freelancer). Logicamente, mesmo após listar os prós e contras, a decisão pode levar tempo e reflexão, permita-se esse espaço antes de qualquer mudança radical, mas no final tem que chegar numa conclusão. Se a conclusão é que deve mudar, então não tem porque perder tempo, pois sempre vai dar voltas e chegar no mesmo ponto. Mas se a decisão é que vale mais a pena ficar neste trabalho, então esta conclusão vai te dar muito mais força emocional de encarar os problemas numa boa, e os mesmos problemas vão parecer mais “leves” e não vão incomodar tanto. E agora, se a decisão (depois de pensar bem e chegar na conclusão com firmeza) é ficar, então podemos tentar também os conselhos e reflexões seguintes:
1. Sempre lembre, que no final o negocio é do patrão, então se ele não aceita seus conselhos, não tem porque levar para o coração, o problema é dele. Em suma, tentar se envolver menos emocionalmente com a firma (o que não significa descompromisso). Sentir que sua função e missão é fazer o seu trabalho, e o sucesso da firma vai depender só de Siata Dishmaia e não faz parte da sua função.
2. Procurar a sua valorização de outras fontes. Todo mundo precisa se sentir valorizado, ver que as pessoas apreciam a sua opinião e sabedoria, e pelo jeito o patrão não é o endereço correto para isto, por enquanto. Portanto, estudar de noite com chavruta, e no shabat com outro, motse shabat com um terceiro, e domingo com um quarto, seria talvez uma forma de conseguir amigos que vão saber te apreciar. Acho também que quando o patrão sentir que você não está mais interessado em receber sua valorização através dele, ele vai se sentir subconscientemente mais livre para sim te valorizar (mas não deve esperar por isto, que aí não funciona).
3. Talvez vale apena você também avaliar a forma de como você dá as suas opiniões para o patrão, e assim faze-lo aceitá-las (e assim também nas demais áreas que te incomodam). Por exemplo, no caso das opiniões, demonstrar interesse no que o chefe diz, mantendo contato visual e acenando com a cabeça, e depois repetir em outras palavras o que ele diz para garantir compreensão. Aí o patrao vai sentir que recebeu o devido kavod, e estará mais aberto para você com que “acrescentar” as suas opiniões pessoais.
4. Se for possível, talvez valha a pena buscar um diálogo mais direto e honesto com seu patrão, expressando suas preocupações de maneira respeitosa e buscando um entendimento mútuo. Logicamente, para evitar que o chefe se sinta atacado, prefira expressar suas necessidades com frases que comecem por “Eu”. Exemplo: “Eu sinto que posso contribuir mais se tiver mais clareza sobre as expectativas”. Isso minimiza a defensiva e abre espaço para um diálogo mais colaborativo. Tenta sentar para escrever o que falar com ele e como falar, para assim a conversa ser da melhor forma.
5. Por fim, tefilá pode mudar tudo, mesmo a relação com o patrão.
Que Hashem te dê clareza, paciência e forças para lidar com esses desafios, e que você encontre o equilíbrio necessário para continuar crescendo em todos os aspectos da sua vida, no limud e na tefilá, e dormir bem, e zivug hagun bekarov, Amen Veamen! Behatslchá!!!