Coisas assim acontecem porque, infelizmente, há quem pense que o Judaísmo se resume a “símbolos”. Se a mezuzá fosse apenas um simples “símbolo” da identidade judaica, talvez fizesse sentido colocá-la na casa de um nazista, como uma espécie de declaração: “Apesar de tudo o que vocês fizeram, ainda estamos aqui – Am Israel Chai.” No entanto, o que deveriam compreender é que, se o Judaísmo fosse apenas uma questão de símbolos, provavelmente não estaríamos mais aqui. Afinal, quem estaria disposto a enfrentar perseguições apenas por símbolos?
O Judaísmo, na realidade, é a maneira pela qual o Criador nos ensinou a nos conectarmos com Ele. As mitsvot, incluindo a mezuzá, são “fórmulas” Divinas que nos elevam espiritualmente e nos aproximam de D’us. Especificamente sobre a mitsvá da mezuzá, o Rambam explica em Hilchot Tefilin, capítulo 6, que seu propósito – isto é o motivo mais acessível à nossa compreensão, sem entrar nos inúmeros significados ocultos que transcendem o entendimento humano – é de ajudar-nos a manter constantemente a consciência das nossas obrigações religiosas. A mezuzá contém um pergaminho com texto dos fundamentos do compromisso com as mitsvot. Dessa forma, sempre que uma pessoa sai de sua casa judaica para enfrentar os desafios do mundo exterior, encontra na porta um lembrete de suas responsabilidades e do que realmente importa: sua conexão e compromisso com o Criador.
Portanto, conforme já está estabelecido no Shulchan Aruch (Yoreh Deah 291:2), o conceito da mezuzá não faz sentido ser compartilhado com alguém que ainda não faz parte do povo judeu, alguém que não está vinculado ao pacto das mitsvot judaicas. Muito menos faria sentido colocar uma mezuzá na casa de um nazista.
Além disso, nossos sábios ensinam (Tratado de Menachot 33b e outros) que a mezuzá tem a função de proteger a casa e a família que nela habita, sendo um presente inestimável de D’us para o povo judeu. Assim, a casa de um nazista é o último lugar onde essa proteção especial deveria ser colocada…

Contribuiçao dos judeus para o Brasil: História e Atualidade
A presença judaica no Brasil se estende desde o período colonial até os dias atuais, influenciando não apenas a economia